As vezes é preciso mudar a rota
- Julia Aluar
- 7 de mai.
- 2 min de leitura

Precisamos aceitar que, mesmo planejando muito, a vida não vai seguir à risca o que sentimos e precisamos lidar com isso.
Desde que comecei a jornada no mundo das artes, comecei a perceber que, mesmo que me esforçasse muito, dificilmente eu teria o resultado que eu queria e não por falta de tentar e persistir, mas pelo fato de que naquele nicho, aquele resultado dificilmente seria uma realidade. Por muito tempo lidei como se isso fosse um peso nas minhas costas, mas hoje vejo como um alívio, enxergando tudo isso de outra forma e lidando melhor com os imprevistos e as variáveis do que é trabalhar com arte no Brasil.
Queria muito vir aqui e dizer para vocês que sim, é possível viver exclusivamente de um único nicho, mas estaria mentindo para mim mesma, na arte é preciso pensar em caminhos que se complementem, principalmente se você não faz parte da elite. Muitos, para se sustentarem com a arte, fazem outros tipos de trabalhos que se complementam e que fazem sentido em um panorama central.
Digo isso não como uma forma de desanimar aqueles que estão começando, mas sim de quanto antes você enxerga as coisas como são, melhor você consegue lidar com elas. Sabendo que é difícil viver exclusivamente de uma única linguagem ou nicho, você consegue perceber que existem outras coisas que podem ser exploradas no universo em que você trabalha.
Por muito tempo tentei encaixar o trabalho em uma única forma que me diziam ser a correta, mas depois de um tempo percebi que não estava no mesmo lugar que aquelas pessoas e seguir a dica delas não me faria sair do lugar, só me deixaria ainda mais pressa.
Todos os textos que trago aqui sempre digo ser importante considerar a sua própria realidade, pode ser que algumas coisas que escrevo aqui façam sentido para você, como pode ser que não, e está tudo bem. Nenhum caminho será igual ao outro, é importante guardar aquilo que faz sentido e que vá fazer diferença na sua trajetória.
Mudar a rota não é sobre desistir, mas sim olhar a profissão sem ilusão, entendendo os processos para que assim seja possível seguir acreditando.
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